"Há um momento em que é preciso abandonar as roupas usadas que já têm a forma do nosso corpo e esquecer os caminhos antigos que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia - e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." (PESSOA, Fernando)

"Procuro despir-me do que aprendi. Procuro esquecer do modo de lembrar que me ensinaram. E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos. Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras. Desembrulhar-me e ser eu." (PESSOA, Fernando)

12 de set. de 2012

Há dias que sou assim


Ha dias que sou assim 
Duas de mim 
Guerreio em paz 
Ou tento ser audaz 
Há dias que me revolto 
Com esta que me seduz 
Que sonha, brinca e reluz 
A dor eu escondo, sufoco 
Há dias que sou assim 
Me fecho 
E faço um balanço do que me rege 
Bagunço as caixas que guardam memórias 
Remexo, cutuco minhas feridas 
Brigo comigo, tudo por dentro 
Estanque fico 
Emudeço 
Apago minha face 
Plastifico meu sorriso 
Há dias que sou assim 
Não compreendo 
Apenas vegeto 
Sem tempo preciso 
Pode ser uma hora, ou o ponteiro infinito 
Resgato dentre as cinzas 
A cor que um dia verteu 
Em lentos movimentos 
Remodelo meu SER EU... 
(MariAne 09/2012)

2 comentários:

She disse...

Que coisa mais linda, lindona, amei!
Beijo, beijo!
She

(CARLOS - MENINO BEIJA - FLOR) disse...

Lindo demais, Mari. beijos.