O telefone toca e há um pedido do outro lado da linha, linha aqui pode-se ler como um simbólico de uma frágil ligação que une dois pontos, o que recebe e o que faz o pedido. Um pedido geralmente emoldurado de angustia, de incertezas, de medos, alinhavado com dor, e tantas outras vezes protegido com aquilo que a pessoa tem no momento, a sua voz.
Uns chegam com a voz firme, outros já tremula, e entre estes dois opostos as inúmeras formas se fazem presente, porque neste mundo não há dois iguais, e cada qual apresenta sua história única.
Muito antes deste primeiro contato, a terapia já se deu início, apenas não se sabe. Tudo o que ocorre em seu entorno, as várias formas de lidar com as situações adversas, as frustrações, o “dar-se conta” da impossibilidade de enfrentamento, são, não necessariamente nesta ordem, aspectos que antecedem e, portanto, norteiam o acesso para a psicoterapia.
Enquanto seres vivos somos um todo, e não apenas partes doloridas. E neste contexto é impossível não acolher a história que vem antes da história da dor. Sendo assim, a arte mescla com a vida e possibilita acontecer o encontro além do encontro entre terapeuta e cliente.
O encanto com o sagrado que há na vida de outra vida norteia o respeito e o cuidado com que o psicólogo acolhe um outro ser, igual a si.
Texto de Mariane Manske Oechsler - Psicóloga -- As Cores que Sou -
Escrito em homenagem ao dia do Psicólogo em agosto de 2015 -
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