LEGALISMO E HIPOCRISIA
“Quando estava em casa novamente, os discípulos interrogaram Jesus sobre o mesmo assunto” (Mc 10.10).
A radicalidade de Jesus não escandalizou só os religiosos judeus, mas aos próprios discípulos: “Se esta é a situação entre o homem e sua mulher, é melhor não casar”. Jesus concordou que “nem todos têm condições de aceitar esta palavra, somente aqueles a quem isso é dado”(Mt19.10s).
Deve-se tomar muito cuidado com o modo como aplicamos essa palavra de Jesus. Se, por um lado, os judeus usavam a Lei de Moisés para banalizar o divórcio, por outro lado, a igreja usou este mandamento de Jesus para manter casamentos a qualquer custo. E todo legalismo gera morte e não vida.
Quem tem condições de aceitar e viver esse mandamento de Jesus? Somente que teve sua vida inundada pelo amor e pela graça de Deus. Sendo assim, quem foi atingido pelo amor de Deus na sua vida, torna-se capaz até de ultrapassar o padrão exigido pelo mandamento. Ou seja, mesmo tendo o direito de separar-se, o amor supera a dor, as diferenças, os ressentimentos, restaurando a relação pro meio do perdão e do arrependimento. É isso que Jesus espera de seus discípulos nas crises conjugais. No entanto, essa mesma restauração é possível? Todos estão aptos para isso?
Teria Jesus ordenado que a mulher espancada pelo marido sofra “até que a morte os separe?” Que duas pessoas que se odeiam sejam obrigadas a viver juntas? O que será pior: um casamento de fachada ou um divórcio responsável? Deus não deseja nem um nem outro, certamente, mas ele “nos chamou para vivermos em paz”(ICor 7.15b). Impor as palavras de Jesus de modo legalista sobre os outros fez muita gente sofrer terrivelmente. Nessa hora, a igreja não está vivendo o ideal de Deus, mas apenas finge estar. E isso é pura hipocrisia!
Sugestão de leitura: Marcos 10.10-12 e I Coríntios 7.10-16
(Texto extraído do devocionário: Orando em Família, ano 2013, p. 161, escrito por Maria Luiza T. A. de Queiroz)
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"Há um momento em que é preciso abandonar as roupas usadas que já têm a forma do nosso corpo e esquecer os caminhos antigos que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia - e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." (PESSOA, Fernando)
"Procuro despir-me do que aprendi. Procuro esquecer do modo de lembrar que me ensinaram. E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos. Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras. Desembrulhar-me e ser eu." (PESSOA, Fernando)
"Procuro despir-me do que aprendi. Procuro esquecer do modo de lembrar que me ensinaram. E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos. Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras. Desembrulhar-me e ser eu." (PESSOA, Fernando)
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