"Há um momento em que é preciso abandonar as roupas usadas que já têm a forma do nosso corpo e esquecer os caminhos antigos que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia - e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." (PESSOA, Fernando)

"Procuro despir-me do que aprendi. Procuro esquecer do modo de lembrar que me ensinaram. E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos. Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras. Desembrulhar-me e ser eu." (PESSOA, Fernando)

19 de out. de 2016

O impossível, o deixa de ser

O impossível, o deixa de ser, 
quando a ingenuidade lhe desconhece, 

e rompe as trancas normativas. 
Deixa, portanto de ser impossível, 

quando o silêncio fala, 
a nudez cobre, 

e o amor se recompõe.
Sim, 

os olhos podem chorar das lágrimas até seu vazio, 

porque jamais estancarão a fonte das emoções. 
Os olhos opacos pela dor, 


tornar-se-ão brilhantes ao refletir o sol da esperança...
E os pés descalços como vieram ao mundo, 

sentirão a singeleza das pedras 
a lhes guiar no caminho de janelas, 
por ora fechadas, 

mas de transparência tão bela!
(memórias de Mariane - 10/12/2011)

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