Já
faz algum tempo que te tomei em meus braços pela primeira vez e que te
entregaste a mim. Já faz algum tempo em que selamos nosso acordo de amor. Tempo
este que não apaga, nem desgasta nossa relação, ao contrário, amadurece ainda
mais com o tic-tac do tempo e do
espaço.
Iniciou
assim com um olhar perdido ao encontro d’outro olhar. Troca esta envolta em uma
química inexplicável. O que estava solto, se firma num desejo incontido de
querer mais e mais. Imprime o início de uma nova relação. Sensação de conforto,
acolhimento e muito amor. Uma relação permeada de confiança, numa troca nutrida
pelo vínculo do carinho.
Mãe
de primeira viagem apropria-se da essência de ser MÃE neste momento mágico de
troca de olhares. Foi assim comigo. Mas também na reprise de ser mãe, tomar o
neném aos braços, de tal modo é único, e novamente a magia se faz presente.
Mãe
em todas as formas de ser MÃE. Mãe de sangue, mãe de adoção, mãe por opção,
mãe-avó, mãe de susto, mãe planejada... E tantas outras mães... Em um acordo
entre mãe e filho(a), aquela que assume seu “papel de ser mãe”, apropria-se de tal forma dessa essência, que
títulos ou nomenclaturas jamais poderão diminuí-las, são MÃES e ponto final. Num
instante inigualável a qualquer outro momento, instante em que dois seres se
abstêm do mundo ao redor e vivem como se a completude estivesse sido alcançada
nesse momento.
Quando
toma a criança em seus braços para alimentá-la quer seja no peito ou por outro
meio, está alimentando muito mais do que o corpo físico, nutre-a por inteiro. Talvez
não percebam, mas este momento é de suma importância para a criança. Pois o toque,
o calor do contato no corpo alimenta também a confiança. Confiança no OUTRO e
confiança em SI MESMA.
A
criança começa a perceber-se como um ser. A mãe começa a perceber-se como outro
ser. Aos poucos percebem-se que não são um só e acontece a primeira frustração
geracional. Processo necessário para a formação de uma relação de troca. Doído
sim, mas, quem disse que viver não dói? O importante, é que nesta dor, haverá a
confiança estabelecida pela proximidade vincada no relacionamento pessoal. E em
seu papel de mãe, haverá de vislumbrar um futuro de possibilidades para este
minúsculo ser, por ora frágil em seus braços.
Há
muito a que refletir sobre a importância desse primeiro contato. Há muito sobre
o que falar e amadurecer nesta viagem sem fim de gerar e gestar. De tal forma
como o primeiro olhar, o primeiro contato entre mãe e filho(a) é importante na
estrutura desta relação, almejo selar aqui com os leitores um vínculo firmado
em confiança e compromisso, nutrido com muito carinho. Que nossos olhares se
cruzem numa demanda dupla de crescimento, ora no papel de mãe ora no de filho
(a), marcando o início de uma nova relação.
VIVA BLUSH Imagem google
Texto de inauguração da Revista Virtual
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