"Há um momento em que é preciso abandonar as roupas usadas que já têm a forma do nosso corpo e esquecer os caminhos antigos que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia - e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." (PESSOA, Fernando)

"Procuro despir-me do que aprendi. Procuro esquecer do modo de lembrar que me ensinaram. E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos. Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras. Desembrulhar-me e ser eu." (PESSOA, Fernando)

11 de jan. de 2014

Cartas de Antonela Vancellote II

Por hoje apenas


Lembro de nossas juvenis juras de amor, numa tentativa de mensurar a magnitude deste sentimento, desafiando a criatividade um do outro. Posso dizer-te que nem de perto, naqueles anos dourados, pudemos chegar ao que hoje sentimos um pelo outro. É verdadeiro e puro; vai muito além da paixão, esta sim, por vezes sinto falta. Este amor, construído e constituído abastece e nos move a continuar galgando os obstáculos que doravante nos desafiam. Sinto e sei o quanto me amas, e a recíproca é verdadeira. Acolheste-me no desamparo, permitindo aconchegar-me em teu peito, meu refúgio de tantas lágrimas furtivas. O que tenho, o que sou, fazes tu parte desta composição. E por te amar tanto assim, envolvo-te em um manto de proteção; não admito, não suporto magoar-te. E por ser difícil expressar o que se passa comigo, sem arriscar ferir-te; reprimo e absorvo meu sentimento mesquinho. Sei que também assim não sou justa contigo, mas simplesmente asfixia-me o momento que cogito a possibilidade de derramar-me diante de ti. São resíduos de outrora cuja minha indelicadeza não fora construtiva, mágoas e dores das quais fujo desesperadamente, me calam.



Como dizer-te que me sinto sufocada e fragilizada. Que minha reserva de energia esvai-se nos teus rompantes de descontrole. Que necessito de teu apoio. Que me falta o teu olhar; não apenas olhar desejante, mas olhar de admiração, de cortejo. Desculpe, mas o cortejo há muito não existe. Sou pura emoção, sou simples e frágil; não te peço senão ser amada e desejada pelo que sou, e não pelo que proporciono a ti. Desta forma, atendendo as tuas faltas, não percebes, mas me mantêm sob teu domínio. Podas minha possibilidade de voar, e delimitas o raio de liberdade. Sinto que minha vida, não me pertence, tu a monitoras como a quem não podes perder o domínio. E nesta rédea, sufoco. Mas por amor indecifrável, mascaro todo sentimento. Olho em volta e contemplo a beleza que me cerca. Iludo-me com pensamentos dispersos, que afastam do meu objetivo maior:  falar contigo com firmeza e ternura; expressar a dor que causa em mim, toda vez que me sinto propriedade tua. Não ouso viver longe de ti, mas perto, apenas sobrevivo. Empenho em satisfazer tuas necessidades, teus anseios, e isto tu o sabes muito bem. Abasteço-te, e abastecendo me esvazio. Esvazio de mim, por ti. Não consegues compreender minhas necessidades. Falo-te, mas não me ouves; mostro-te, mas estais cego. Não sentes após a nossa intimidade, as lágrimas que rolam na face, nem a dor que comprime meu peito. Estais satisfeito, relaxado aprazerado. E eu, ao lado lutando por não ter sido vista. Vês em mim  teu complemento, e não a minha integralidade... Se pudesse dizer tudo isto, se ao menos tu pudesse ter conhecimento destas palavras... São elas o escape de minhas angústias, meu deslize.

Abraços de quem não foi lida,
Antonela
1871
Texto elaborado por Mariane - tintadotinteiro. 
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Cartas de Antonela Vancellote - I


E caminhando nas pedras verteram palavras a ela. 
Confusa sem saber ao certo o conteúdo de tanta dor, 
pôs-se a desenhar na areia as palavras do coração

Expresso:

Sinto falta do teu olhar sobre mim
um olhar que fala tudo.
Sinto falta da cumplicidade
aquela que nos aproxima nas situações difíceis da vida.
Sinto falta da tua mão estendida
nos momentos em que tropeço.
Sinto, sinto falta
do teu abraço que me acolhe e conforta quando estou em conflito.
Não te peço soluções, apenas apoio e segurança!
Sinto falta da conversa
que fala de tudo ao mesmo tempo.
E  na verdade, não é o conteúdo da fala,
mas sim a valorização do momento.
Sinto falta de conversar sério
e num segundo permitir o rompante de uma gargalhada.
Sinto falta da troca
partilha do que é simples e corriqueiro
tal qual uma música que envolve,
ou um desejo desperto.
Sinto falta de ouvir as coisas que são tuas.
Sinto falta de poder lhe contar os meus sonhos absurdos
e ouvir também os sonhos teus.
Sinto falta de sonhar juntos
tal qual caminhar em nuvens de algodão.
Sinto falta do riso que brota sem motivo algum.
Sinto falta de poder ser eu mesma
menina moleca que faz estrelinha na areia da praia
e ao mesmo tempo sentir-me mulher desejada.
Sinto falta de te surpreender
sabendo ser sincera a tua admiração.
Sinto falta de surpreendida por você.
Sinto falta de cozinhar contigo
e experimentar receitas novas
que terminam com farinha por todo lado.
Sinto falta de tocar você com ternura
porque tantas vezes o teu perto, era distante demais para mim.
Sinto falta de tuas mãos deslizando em meu corpo
com  firmeza e ternura propiciando o prazer a dois.
Sinto falta daquele que conheci
e a mim se mostrou apaixonado.
Sinto falta de elogio, bajulação,
fazendo-me sentir a pessoa mais importante para você.
Sinto falta de construir contigo.
Jogar um jogo em que não há perdedor
que a disputa seja apenas galanteio de provocações
e não diminuição de mim.
Sinto falta do teu cortejo  e sedução.
Sinto falta de ter para quem mostrar as minhas produções,
e receber  opinião  crítica.... construtiva.
Que teu ciúme não me sufoque nem me diminua,
mas lhe motive a me amar ainda mais.
Que minhas conquistas não lhe incomodem,
pelo contrário, te deixem orgulhoso.
Que no calor de uma discussão saibas respeitar meu espaço
E se rolar uma briga...
que esta termine com os corpos rolados ao chão extasiados de amor.
Sinto falta de poder te amar completo,
pois em fragmentos deixou meus sonhos.
Sinto falta de você, tão perto mas distante ao mesmo tempo!
Pela  última vez te peço: Conquista-me...
Não é ouro nem prata
basta-me o tesouro da tua atenção.
Permita que eu confie em ti novamente...

Abraços de quem não foi lida,
Antonela
1871
Texto elaborado por Mariane - tintadotinteiro - em jan/2014.
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9 de jan. de 2014

O Amor de Deus por Nós



Sugestão de leitura: João 8. 1-11
“Ninguém, Senhor”, disse ela. Declarou Jesus: “Eu também não a condeno. Agora vá e abandone sua vida de pecado”.
Aprendemos com os discípulos de Jesus sobre quem era o maior. Grande é quem olha uma criança e a acolhe; quem recebe Jesus e aquele que o enviou. Finalizando ressaltando mais um aspecto do ensino. A sala de aula foi outra, mas certamente o que vamos aprender aqui fecha questões anteriores: O MAIS IMPORTANTE É O AMOR DE DEUS POR NÓS.
A aula de hoje uma mulher pega em adultério. A lei mandava que fosse apedrejada. Era por aí que os judeus queriam pegar Jesus. Já que ele perdoava a tantos pecadores, como iria agir com aquela mulher? Condená-la? Se fizesse o contrário, estaria indo contra a Lei de Moisés.
O Mestre nos dá mais uma de suas maravilhosas lições de amor, de humildade, de perdão. Os homens que trouxeram a mulher estavam muito certos da sua condenação. Nem ela, nem Jesus lhes escapariam. Só não contavam com o perdão de Deus, nem com a soberba que enchia seus corações.
Jesus os deixou sem saída ao perguntar quem era puro, sem pecado. Nenhum deles o era. Por isso foram embora, um a um.
Quando estavam sós, Jesus perdoou a mulher. Ele perdoou com autoridade divina, mas não com graça barata! Ele recomendou a ela: “Vá e abandone sua vida de pecado!”- ela fora exposta no seu pecado. O Mestre não bagateliza o erro dela. Houve o pecado, sim, mas houve o perdão! Também deveria haver o arrependimento para a santificação. As palavras de Jesus trazem alívio para a mulher, mas também cobram obediência dela. Assim, aprenda com essa mulher: se a sua vida está cheia de pecados é hora de mudar. Permita que Jesus trate você!
(Texto extraído do devocionário: Orando em Família, ano 2013, p. 156, escrito por Maria Luiza T. A. de Queiroz)
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CHAMADO PARA FAZER A DIFERENÇA NO CASAMENTO



Leitura sugerida: Marcos 10.1-12
Respondeu Jesus: “Moisés escreveu a lei por causa da dureza de coração de vocês”.

Estamos meditando em nosso chamado para fazer a diferença neste mundo. [...] o foco será a responsabilidade na relação conjugal, na construção da família, no casamento.
O mundo está passando por mudanças radicais num curto espaço de tempo. A moral, que servia de esteio para a vida dos nossos avós, praticamente não tem mais lugar na dos jovens de hoje. Os alicerces cristãos, que estavam presentes na cultura do nosso país, estão sendo rapidamente substituídos. Vivemos hoje num mundo pós-cristão. Nesse novo contexto, o casamento é desprezado, o divórcio é banalizado. O adultério tornou-se uma praga, da qual, poucas casas escapam. Famílias esfaceladas geram filhos inseguros, com dificuldades emocionais, suscetíveis às drogas, com crises de identidade.
Eis a urgência do nosso chamado como cristãos!
A radicalidade com que Jesus tratou o tema do divórcio certamente é chocante para a nossa geração. Até mesmo os seus discípulos de então ficaram perplexos.
Vamos deixar Jesus confrontar a dureza do nosso coração. Segundo ele, essa é a causa dos nossos casamentos fracassados. Como cristãos, sempre falamos de grandes temas como o amor, o perdão e a paz, mas é na relação conjugal, na família, que todos esses conceitos precisam ser exercidos em primeiro lugar. Se, em nossas casas, não somos capazes de praticar o evangelho, nossa espiritualidade ainda é apenas superficialidade religiosa. “Senhor, tu me sondas e me conheces. Dá-me honestidade para confrontar meu coração com tua Palavra”.
(Texto extraído do devocionário: Orando em Família, ano 2013, p. 157, escrito por Maria Luiza T. A. de Queiroz)
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A LEI A SERVIÇO DA MALDADE



“É permitido ao homem divorciar-se de sua mulher?”(Mc 10.2)

A pergunta não foi motivada por corações sinceros. Os fariseus eram religiosos que se consideravam guardiães do correto cumprimento da Lei de Deus e ds tradições do povo de Israel. Por isso, queriam colocar Jesus à prova.
Jesus estava na Judeia , onde João Batista fora preso e depois morto por condenar o novo casamento do rei Herodes Antipas como Herodias, ex-mulher de seu irmão Filipe. Talvez os fariseus esperassem que Jesus tivesse o mesmo propósito ou quisessem envolve-lo na disputa sobre a interpretação da lei do divórcio (Dt 24.1-3). A lei permitia o divórcio, mas existiam discórdias sobre os motivos válidos para tanto. Havia duas interpretações: a escola do rabino Shamai dizia que o único motivo para o divórcio seria a infidelidade conjugal; a de Hidel, contudo, afirmava que até motivos fúteis podiam servir de justificativa, como queimar a comida na cozinha.
De qualquer forma, Jesus lembra aos fariseus de que a lei existe para amenizar a devastação causada pelo pecado, não é o ideal de Deus para nós. Os judeus fizeram da permissão legal uma justificativa para o divórcio. Se a mulher não fosse exatamente como o marido exigisse, podia ser repudiada e, consequentemente, exposta à vergonha pública. Imagine quanta dor, sentimento de rejeição, mágoa e desprezo elas enfrentavam naquele tempo!
Jesus nos ensina que a questão não é a lei. Não somos filhos da lei, mas da graça. Casamentos não devem ser mantidos só por força da lei, nem rompidos só porque há uma brecha na lei. Ambas as opções são legalistas. Um cristão não deveria se perguntar: “É permitido pela lei?”, mas: “O que o amor me ensina a fazer?”. O amor é o cumprimento da lei (Rm 13.10). Sem amor, até o que é legal é sem valor (ICor 13.1-2).

Sugestão de leitura: Marcos 10.1-5 e Deuteronômio 24.1-3
(Texto extraído do devocionário: Orando em Família, ano 2013, p. 158, escrito por Maria Luiza T. A. de Queiroz)
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NÃO DOIS, MAS UM


NÃO DOIS, MAS UM
“Assim, eles já não são dois, mas sim uma só carne” (Mc 10.8b).

Tornar-se uma só carne é ato e processo. É um ato estabelecido mediante um compromisso conjugal (o rito do casamento) e selado pela união física (o sexo). É processo na medida em que o compromisso se solidifica para além das promessas verbais, e a união do casal transcende o âmbito físico. Sem o contínuo processo deamadurecimento na arte de tornar-se uma só carne, o ato pode tornar-se vazio e sem sentido. Sem o compromisso estabelecido no ato, o processo fica como um rio sem margens e dissolve-se diante das crises que o acompanham.
Dizendo de outro modo, casamento precisa ser construído sobre um compromisso de amor. Homem e Mulher decidem amar-se e estabelecer um pacto, uma aliança entre si. A vida provará, sem piedade, a firmeza da promessa feita no casamento. Surgirão fases em que o amor terá que ser sustentado pelo compromisso, pela decisão. Os sentimentos vacilarão, ficarão confusos, e a paixão poderá sumir. Então a força do compromisso assumido servirá de sustentáculo para atravessar a crise e descobrir que há bonança depois da tempestade.
Tornar-se uma só carne não significa uma despersonalização, uma anulação de um dos cônjuges ou dos dois. Significa uma complementariedade dinâmica, na qual cada um desempenha seu papel e exerce sua identidade de forma conjugada com o outro. É como numa orquestra, em que vários instrumentos tocam ao mesmo tempo, mas produzem uma só música. Ou como um time de futebol em que os jogadores precisam pensar no conjunto, não em si, e buscar entrosamento para armar as jogadas. Não há lugar para o egoísmo.

Sugestão de leitura: Marcos 10.5-9 e Malaquias 2.13-16
(Texto extraído do devocionário: Orando em Família, ano 2013, p. 159, escrito por Maria Luiza T. A. de Queiroz)
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UM TESTEMUNHO DE VIDA


UM TESTEMUNHO DE VIDA
“Portanto, o que Deus uniu, ninguém o separe.” (Mc 10.9)

No evangelho de Marcos não aparece nenhum motivo que justifique o divórcio. No Evangelho de Mateus, porém, Jesus admite a “imoralidade sexual”(v.9) como uma exceção à regra. Assim orienta o mandamento de Jesus, mas o que você seria capaz de fazer movido pelo amor e pela graça de Deus?
Um jovem casal de agrônomos – Fabiano e Anileda – chegou a Chapadão do Céu/GO, em 2003. Por convite do chefe, vieram conhecer a igreja. Gostaram e ficaram. Anileda engravidou, o que trouxe ao casal ainda mais necessidade de ajustes a um casamento que já tinha suas dificuldades. A casa já não era um lar, um lugar de refúgio, de sossego. Surge, então, na vida de Fabiano, alguém disposta a prover carinho e paixão. Viveu um caso, um romance extraconjugal.
Depois do nascimento do filho, ele não suportou mais viver mentindo. Confessou seu pecado. Confessou também que não sabia o que fazer, pois estava envolvido emocionalmente com a outra mulher. Anileda tinha todo o direito de divorciar-se, conforme o mandamento, mas o que a moveria a fazer isto? A ira, a dor e a mágoa, certamente.
Surpreendendo a todos, depois de muito chorar e orar, ela decidiu lutar pelo casamento. Em meio a muita dor, perdoou Fabiano e disse que o queria ao seu lado e ao lado de seu filho. A decisão dela o atingiu em cheio, veio a remover a confusão sentimental na qual se envolvera e o trouxe de volta. Fabiano se perguntava, perplexo: “Que amor é esse?”. E assim veio também a compreender a graça de Deus e a recebê-la.
Hoje eles são conselheiros de casais e coordenadores de um ministério voltado à família. Eles entenderam o que faz um casamento funcionar, o eu cada um precisa fazer para que o outro seja feliz, qual é a fonte do amor.

Sugestão de leitura: Marcos 10.10-12 e Mateus 19.1-12
(Texto extraído do devocionário: Orando em Família, ano 2013, p. 160, escrito por Maria Luiza T. A. de Queiroz)
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LEGALISMO E HIPOCRISIA

LEGALISMO E HIPOCRISIA
“Quando estava em casa novamente, os discípulos interrogaram Jesus sobre o mesmo assunto” (Mc 10.10).

A radicalidade de Jesus não escandalizou só os religiosos judeus, mas aos próprios discípulos: “Se esta é a situação entre o homem e sua mulher, é melhor não casar”. Jesus concordou que “nem todos têm condições de aceitar esta palavra, somente aqueles a quem isso é dado”(Mt19.10s).
Deve-se tomar muito cuidado com o modo como aplicamos essa palavra de Jesus. Se, por um lado, os judeus usavam a Lei de Moisés para banalizar o divórcio, por outro lado, a igreja usou este mandamento de Jesus para manter casamentos a qualquer custo. E todo legalismo gera morte e não vida.
Quem tem condições de aceitar e viver esse mandamento de Jesus? Somente que teve sua vida inundada pelo amor e pela graça de Deus. Sendo assim, quem foi atingido pelo amor de Deus na sua vida, torna-se capaz até de ultrapassar o padrão exigido pelo mandamento. Ou seja, mesmo tendo o direito de separar-se, o amor supera a dor, as diferenças, os ressentimentos, restaurando a relação pro meio do perdão e do arrependimento. É isso que Jesus espera de seus discípulos nas crises conjugais. No entanto, essa mesma restauração é possível? Todos estão aptos para isso?
Teria Jesus ordenado que a mulher espancada pelo marido sofra “até que a morte os separe?” Que duas pessoas que se odeiam sejam obrigadas a viver juntas? O que será pior: um casamento de fachada ou um divórcio responsável? Deus não deseja nem um nem outro, certamente, mas ele “nos chamou para vivermos em paz”(ICor 7.15b). Impor as palavras de Jesus de modo legalista sobre os outros fez muita gente sofrer terrivelmente. Nessa hora, a igreja não está vivendo o ideal de Deus, mas apenas finge estar. E isso é pura hipocrisia!

Sugestão de leitura: Marcos 10.10-12 e I Coríntios 7.10-16
(Texto extraído do devocionário: Orando em Família, ano 2013, p. 161, escrito por Maria Luiza T. A. de Queiroz)
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NOVO CASAMENTO E ADULTÉRIO


NOVO CASAMENTO E ADULTÉRIO

“Todo aquele que se divorciar de sua mulher e se casar com outra mulher, estará cometendo adultério contra ela. “(Mc 10.11)

Todo casamento passa por desgastes. Esquecemo-nos de alimentar a chama do amor. A vida agitada e estressante, focada no sucesso profissional, rouba-nos o tempo que deveria ser dedicado ao cônjuge. Se o casal não desenvolver hábitos intencionais para construir e aprofundar sua relação, ela naturalmente esfriará.
E quando a relação esfria, as pessoas se frustram. As esposas se sentem enganadas, pois o marido não é mais aquele homem atencioso, dedicado e sempre disposto a estar com ela. Os homens se chateiam, porque a esposa não tem mais os mesmos beijos apaixonados, nem admiração, nem respeito.
Nessa hora, invariavelmente “a grama do vizinho sempre parece mais verde”. O adultério inicia na mente, por meio da idealização de uma relação com outra pessoa, algo não concretizado no casamento. À medida que os conflitos pioram, os sonhos ilusórios de outra relação perfeita crescem. Alguns, ainda casados, caem nas vias de fato do adultério. Outros se separam para poder viver o que idealizaram.
Creio que é por isso que Jesus associou tão fortemente o novo casamento ao adultério. Não acho que ele desejava decretar uma vida de solidão a quem não teve outra alternativa a não ser separar-se. Antes, ele demonstrou que o que leva as pessoas ao divórcio, geralmente, é a desistência do casamento aliada à ilusão de que tudo se resolverá com outra pessoa.
Como cristãos, o divórcio deve ser cogitado apenas se for “o mal menor”, quer dizer, quando permanecer casado é mais desastroso do que divorciar-se. Nesse caso, até para divorciar-se a motivação tem que ser o amor de Deus. Senão é adultério!


Sugestão de leitura: Marcos 10.10-12 e Efésios 5.22-33
(Texto extraído do devocionário: Orando em Família, ano 2013, p. 162, escrito por Maria Luiza T. A. de Queiroz).

Não desista, invista


NÃO DESISTA, INVISTA!

“Sim, coisas grandiosas fez o SENHOR por nós, por isso estamos alegres”. (Salmo 126.3)

A graça e o amor de Deus nos levam mais longe em nossos casamentos. Quando compreendemos que fomos perdoados imerecidamente por Deus, por meio do sacrifício voluntário de Jesus na cruz, tornamo-nos aptos a também perdoar, humildes para pedir perdão, mansos diante das fraquezas do outro, pacientes com seus erros repetitivos, conscientes de nossos próprios defeitos.
A cruz de Jesus nos ensina que amor não é um turbilhão de sentimentos arrebatadores. Amor é como uma casa. A paixão é apenas o projeto, o ideal, o alvo, mas é preciso lançar alicerces, erguer paredes, colocar telhado. E tudo isso exige muito esforço emocional, ajustes comportamentais, planejamento familiar. É preciso investimento, tempo e habilidade.
A oscilação dos sentimentos não significa que o amor tenha se apagado. Ele precisa voltar a ser alimentado. As mágoas precisam ser tratadas. O perdão precisa acontecer. A partir daí, atitudes práticas, como o tempo juntos, precisam ser combinadas. As palavras carinhosas precisam reaparecer. As velhas atitudes ofensivas precisam cessar. E o amor ressurge!


Sugestão de leitura: Salmo 126
(Texto extraído do devocionário: Orando em Família, ano 2013, p. 163, escrito por Daniel Schorn)
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PREPARANDO-SE PARA A VINDA DE CRISTO



“Voz do que clama no deserto: Preparem o caminho para o Senhor, façam veredas retas para ele... E toda a humanidade verá a salvação de Deus” (Lucas 3. 4,6).

Preparar-se para a vinda de Cristo significa colocar nossa vida em ordem perante o Senhor. Quantas vezes a vida espiritual do crente é um constante subir e descer de montanhas e vales, revezando euforia e depressão, mas isso não precisa ser assim.
Os vales devem ser aterrados. Experiências difíceis geram buracos na alma. Você já caiu em algum buraco e teve de parar? Os buracos no caminho podem ser inevitáveis, mas podemos sair deles, pois Deus nos ajuda. Não precisamos ficar na culpa e nas depressões a lamentar-nos com amargura. Somos chamados a aterrá-los, deixá-los para trás e seguir em frente.
Os montes serão nivelados. Eis os montes que obstruem nosso caminho a Deus: a soberba, o egoísmo, a ganância, a vaidade... Pode ser o trabalho, se você tem “um monte” de trabalho, e não tem tempo para nada. Os montes devem ser nivelados: menos vaidade, menos correria, menos estresse.
Os caminhos tortuosos serão endireitados. Caminhos tortuosos são cheios de desvios, que nos fazem sair da rota. Muitas coisas querem desviar-nos do caminho do Senhor, mas o rumo enganoso do nosso coração pode ser endireitado pela Palavra de Deus.
Os caminhos escabrosos devem ser plainados. Eles estão cheios de pedras que machucam e fazem tropeçar, endurecendo o coração. Por isso, as pedras devem ser removidas. Nenhum problema deve impedir-nos de chegar a Cristo, pois ele voltará, justamente por nossa causa, para que possamos ver a salvação que vem de Deus.

Sugestão de leitura: Lucas 3.1-6
(Texto extraído do devocionário: Orando em Família, ano 2013, p. 347, escrito por André Müller)
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Poente


"Quero morrer, 
não consigo. 
Depois de te viver 
não há poente, 
nem o enfim de um fim."
Mia Couto

Não é descanso


"Não é descanso que procuro. 
Quero sim, ausentar-me de mim. 
Dormir para não existir."
Mia Couto 

Imagem: Cristo do abismo de San Fruttuoso, Itália

minha primeira lagrima


"Minha primeira lágrima caiu 
dentro dos teus olhos. 
Tive medo de a enxugar: 
para não saberes que havia caído... 
No dia seguinte, estavas imóvel, 
na tua forma definitiva,
modelada pela noite,
pelas estrelas, pelas minhas mãos."
Cecília Meireles

Charlie Chapllin


"A cobiça envenenou a alma dos homens, 
levantou no mundo as muralhas do ódio, 
e tem nos feito marchar a passos de ganso para a miséria e os morticínios. 
Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. 
A máquina que produz em abundância tem nos deixado na penúria. 
Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos, nossa inteligência ,
empedernidos e cruéis.
Pensamos em demasia e sentimos pouco.
Mais do máquinas precisamos de humanidade.
Mais do que inteligência, precisamos de afeição e doçura.
Sem estas virtudes a vida será de violência e tudo estará perdido."

Charlie Chaplin

sussurra


“Deus sussurra em nossos ouvidos 
por meio de nosso prazer, 
fala-nos mediante nossa consciência, 
mas clama em alta voz 
por intermédio de nossa dor; 
este é seu megafone
para despertar o homem surdo.”

―C. S. Lewi

porcelana fina


"A porcelana fina, de boa qualidade, 
é levada ao forno e queimada diversas vezes. 
Por que ela precisa passar tantas vezes pelo calor intenso? 
Para provar a sua resistência? 
Não! 
Ela é queimada diversas vezes para que os adornos fiquem mais belos,
e as cores da pintura se fixem nela permanentemente"
(Werner Kohlscheen)

ultima musica

https://www.youtube.com/watch?v=3M9e52uMJbw

amor - doce ilusao

https://www.youtube.com/watch?v=AjfvDvMnemo&hd=1

fim de outono

https://www.youtube.com/watch?v=EdiZT_Ds11g

todos os dias

https://www.youtube.com/watch?v=KdcgP3Wd13k

ninguem disse que seira facil

https://www.youtube.com/watch?v=VsabtFJ8Srg


prova de amor

https://www.youtube.com/watch?v=w6K61H8tjlA

Em pó


E por ser assim, 
dentro do meu mundo habitarei, 
somente só!
Porque os NORMAIS 
estão impossibilitados de ver 
além do que as retinas lhes apresentam.
Ouvir e Ver muito mais do que o corpo material, 
que com o tempo envelhece.
Por ser assim, ver além...
fico só. Em pó!"
(MariAne) nov /2013

Mudança


"Toda mudança cobra um alto preço emocional. 
Antes de se tomar uma decisão difícil, 
e durante a tomada, chora-se muito, 
os questionamentos são inúmeros, 
a vida se desestabiliza. 
Mas então chega o depois, a coisa feita,
e aí a recompensa fica escancarada na face.
Mudanças fazem milagres por nossos olhos,
e é no olhar que se percebe a tal juventude eterna.
Um olhar opaco pode ser puxado e repuxado
por um cirurgião a ponto de as rugas sumirem,
só que continuará opaco
porque não existe plástica que resgate seu brilho.
Quem dá brilho ao olhar
é a vida que a gente optou por levar."

Martha Medeiros

amor genuino

Podem fazer o que for. 
Eu ainda acredito que em algum lugar exista o amor puro e genuíno.
Não é possível crer que a mulher foi feita apenas para servir aos caprichos masculinos.
Eu acredito que existe um amor, onde a cumplicidade do olhar é ainda mais forte que as palavras vocalizadas.
Que a confiança permite fechar os olhos e entregar-se sem medo, nem desconfiança.
Que o choro possa ser tão suportável como o riso.
E que a liberdade de querer ficar lado a lado, sem exigências nem cobranças, é a maior prova de AMOR.
Eis o conceito de amor que navega em mim desde tenra infância.
Podem me chamar de boba, sonhadora, que este amor é utópico, idealizado....

Um dia hei de encontrá-lo, nem que seja na morte.
(Mariane 02/12/2013)

Nada mais


Falta tempo?
Somos responsáveis pelas nossas escolhas.
Não encarar o tempo, deixar acontecer...
Logo o tempo se esvai...
e nem mais pó há de sobrar...
serão cinzas e nada mais!
Mariane - nov/2013

Retalhos de mim





Uma tela esquecida amarelada pela história da vida,
manchada com borrões mal apagados
de tentativas de acerto resultantes em erros.
Uma tela gasta, desgastada pelo tempo
Em que o branco da paz não lhe cabe
Nem a delicadeza da aquarela consegue
deslizar por sua pele marcada por remendos de feridas mal cobertas

Onde cabe tal tela
Já não pode ser bela
Nem lhe cabe a ingenuidade infantil
O encanto de sonhos... inatingíveis

Que técnica aplicar neste pedaço de vida?
Espalhar a massa com espátula, feito reboco
ou colar lindas gravuras em decoupagem...
escondendo suas cicatrizes falsamente.

Há alegria quando tal tela
falseia a vida
dizendo apenas coisas belas
omitindo o desejo de vida plena dentro de si
Eis a tela em minha vida
Descobrindo que a mim é permitido e esperado suportar a dor
afinal, minha dor não é nada além de bobagens do meu pensamento.
Que devo omitir meus sentimentos, pois quem me rodeia tem o direito de errar, mesmo que este erro, já tenha me matado há muito tempo.

De que sirvo
Tela emoldurada pelos limites das normas
apenas formalidade atendendo aos desejos dos outros
Pois quando exponho um pedacinho de minhas cores
o agito se torna vivente, e meus desejos viram descaso.

O que desejo ser não posso
Devo ser então, aquilo que socialmente esperam de mim...
Assim eles sofrem menos.

(isto é totalmente contra meus conceitos, e se viver assim, terei que deixar de clinicar)
Mariane 12.12.13

Trabalho



" Um dos sentidos do trabalho é o prazer. 
Mas esse somente emerge quando o trabalhador se identifica
com o trabalho, possibilitando aprender, criar, inovar e desenvolver
novas formas para a execução da tarefa, 
abrindo espaço para a interação, socialização
e transformação do próprio trabalho."
(Mendes, 2007)

Piscar do dia


Piscar do dia sob meu olhar... 
click feito em agosto 2013
- Sonhar -

"Eu tenho uma espécie de dever,
de dever de sonhar
de sonhar sempre,
pois sendo mais do que
um espectador de mim mesmo,
eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso.
E assim construo a ouro e sedas,
em salas supostas, invento palcos,
cenário para viver o meu sonho
entre luzes brandas e músicas sensíveis."
(Fernando Pessoa)

E por falar em amor


Ninguém dica numa relação a não ser que ela preencha, 
e em boa medida, os seus desejos.
 Esta é a única razão que nos prende a outra pessoa. 
Nosso coração é bem mais mercantilista do que parece.
 Por pior e mais conflitado que seja um amor, 
só o mantemos vivo se nos dá lucro. 
“O amor”, dizia Benjamin Constant,
 “é o mais egoísta de todos os sentimentos. ”
O equívoco está em procurar esse lucro apenas nos prazeres mais evidentes.
(Marina Colasanti – E por falar em AMOR)

8 de jan. de 2014

Cartas de Antonela Vancellote


Por hoje apenas



Lembro de nossas juvenis juras de amor, numa tentativa de mensurar a magnitude deste sentimento, desafiando a criatividade um do outro. Posso dizer-te que nem de perto, naqueles anos dourados, pudemos chegar ao que hoje sentimos um pelo outro. É verdadeiro e puro; vai muito além da paixão, esta sim, por vezes sinto falta. Este amor, construído e constituído abastece e nos move a continuar galgando os obstáculos que doravante nos desafiam. Sinto e sei o quanto me amas, e a recíproca é verdadeira. Acolheste-me no desamparo, permitindo aconchegar-me em teu peito, meu refúgio de tantas lágrimas furtivas. O que tenho, o que sou, fazes tu parte desta composição. E por te amar tanto assim, envolvo-te em um manto de proteção; não admito, não suporto magoar-te. E por ser difícil expressar o que se passa comigo, sem arriscar ferir-te; reprimo e absorvo meu sentimento mesquinho. Sei que também assim não sou justa contigo, mas simplesmente asfixia-me o momento que cogito a possibilidade de derramar-me diante de ti. São resíduos de outrora cuja minha indelicadeza não fora construtiva, mágoas e dores das quais fujo desesperadamente, me calam.



Como dizer-te que me sinto sufocada e fragilizada. Que minha reserva de energia esvai-se nos teus rompantes de descontrole. Que necessito de teu apoio. Que me falta o teu olhar; não apenas olhar desejante, mas olhar de admiração, de cortejo. Desculpe, mas o cortejo há muito não existe. Sou pura emoção, sou simples e frágil; não te peço senão ser amada e desejada pelo que sou, e não pelo que proporciono a ti. Desta forma, atendendo as tuas faltas, não percebes, mas me mantêm sob teu domínio. Podas minha possibilidade de voar, e delimitas o raio de liberdade. Sinto que minha vida, não me pertence, tu a monitoras como a quem não podes perder o domínio. E nesta rédea, sufoco. Mas por amor indecifrável, mascaro todo sentimento. Olho em volta e contemplo a beleza que me cerca. Iludo-me com pensamentos dispersos, que afastam do meu objetivo maior:  falar contigo com firmeza e ternura; expressar a dor que causa em mim, toda vez que me sinto propriedade tua. Não ouso viver longe de ti, mas perto, apenas sobrevivo. Empenho em satisfazer tuas necessidades, teus anseios, e isto tu o sabes muito bem. Abasteço-te, e abastecendo me esvazio. Esvazio de mim, por ti. Não consegues compreender minhas necessidades. Falo-te, mas não me ouves; mostro-te, mas estais cego. Não sentes após a nossa intimidade, as lágrimas que rolam na face, nem a dor que comprime meu peito. Estais satisfeito, relaxado aprazerado. E eu, ao lado lutando por não ter sido vista. Vês em mim  teu complemento, e não a minha integralidade... Se pudesse dizer tudo isto, se ao menos tu pudesse ter conhecimento destas palavras... São elas o escape de minhas angústias, meu deslize.

Abraços de quem não foi lida,
Antonela
1871
Texto elaborado por Mariane - tintadotinteiro. 
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