"Há um momento em que é preciso abandonar as roupas usadas que já têm a forma do nosso corpo e esquecer os caminhos antigos que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia - e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." (PESSOA, Fernando)

"Procuro despir-me do que aprendi. Procuro esquecer do modo de lembrar que me ensinaram. E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos. Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras. Desembrulhar-me e ser eu." (PESSOA, Fernando)

26 de mar. de 2013

Meus fantasmas

"... e se quisermos viver o real...
é preciso encarar de frente
alguns fantasmas
...e quando tomamos a coragem
...percebemos que o fantasma
- que de inicio parecia enorme-
.... não passa de
uma sombra projetada".
(MariAne)
 
 

Gotejar

É insuportável 
o vazio
que ecoa
no silencioso
gotejar contínuo
da lágrima escarlate...
(MariAne)


22 de mar. de 2013

Cordeiro lobo


"Aprendi que paga-se um alto preço quando confiamos
Que palavras podem ser ditas, apenas da boca para fora,
mas, quando assim acontecem,
elas denunciam latentemente seu orador.
Aprendi que aparências enganam,
é possível haver um predador atrás de aparente fragilidade.
Aprendi isto,
mas não mudarei minha essência.
Ainda acredito na beleza do ser humano,
ainda acredito na pureza das palavras.
Acredito que em algumas situações
as pessoas usem da mentira, seu mundo imaginário,
apenas de forma passageira...
porque a verdade lhes é mui doída no presente momento.
Aprendi e respeito.
Mas aprendi também que os contos de fada
trazem no fundo uma realidade muito cruel,
o que era mágico mostra-se um real assustador.
De uma forma dolorida aprendi.
Há lobos em pele de cordeiro.
Não generalizo...
mas ficarei mais atenta."

(Mari Ane)

21 de mar. de 2013

Outono-me

"[...] e ainda que soprassem
todas as folhas secas
sobre a terra
e que as areias
em uma única duna
se formasse,
ainda assim,
nada diminuiria
o amor que em mim habita"

Reflexo de um outono
(Mari Ane)

 

Eu sei



Eu sei
Sou um temporal
Por onde passo
Deixo bagunça
Isto é demais
Mas não me sei ser diferente
Não quero mais voltar para as correntes
Elo a elo raspo as ferrugens
Busco a essência do ferro
Moldando em novas formas
Incomodo, sim a mim também me incomodo...
Eu sei
Incomodo, sim a mim também me incomodo...
Moldando em novas formas
Busco a essência do ferro
Elo a elo raspo as ferrugens
Não quero mais voltar para as correntes
Mas não me sei ser diferente
Isto é demais
Deixo bagunça
Por onde passo
Sou um temporal
Eu sei
(Mari Ane)


13 de mar. de 2013

Porque eu sou


Porque eu sou 
do tamanho 
daquilo que sinto, 
que vejo 
e que faço, 
não do tamanho 
que os outros me enxergam".
(Autor desconhecido)

Imagem: Serra de São Bento/Corupá - SC

12 de mar. de 2013

Banco






"Vou ao banco 
abrir uma conta 
para depositar meu coração 
enquanto vivo a razão".
 (Mari Ane)
Imagem google

11 de mar. de 2013

Quisera ser amora


Quisera ser amora
Pra descobrir onde mora
A felicidade de outrora
E passear sem demora
Tocar a flor que aflora
Em simples coração
O barco que ancora
Das botas tiro a espora
Com paixão
faz senhora

Senhora,
namora,
amora
Num gemido que sonora
Desejo de agora
Quisera ser amora
Senhora,
sem hora...
Simplesmente AMORA

Em construção

Inquieto agito dentro do peito
grita o silêncio
entrave sonoro
Risco desfeito
Suave nos poros
Ar rarefeito
...em construção

Se desfez


Se desfez de sereia, 
não seria mais rainha
Sonhou ser princesa, 
enganou-se, 
ladainha
Abre os olhos em prantos, 
entregue a rotina
O que aquece agora, 
apenas o sol do dia
pela cortina...

Vida




"Uma coisa dentro de mim,
contagiosa, e mortal,
perigosíssima,
chamada vida,
lateja como um desafio".
(Herbert Daniel)





Musica da vida



Onde e como estejamos 
só uma coisa importa: 
que escutemos a música da vida!
  (Theodor Fontane)

Eu não tenho muitas respostas

Eu não tenho muitas respostas 
e as que tenho são impermanentes, 
como os invernos, os dias de céu de cara amarrada, 
os lugares de dor, os abismos todos, 
o bom uso das asas, os fios desencapados, 
as medidas e as desmedidas. 
Tudo passa, 
o que queremos 
e o que não queremos que passe, 
a tristeza e o alívio coabitam no espaço desta certeza. 
Eu não tenho muitas respostas. 
O que eu tenho é fé. 
A lembrança de que as perguntas mudam. 
Um modo de acreditar que os tiquinhos de sol
 possam sorrir o suficiente para desarmar 
a sisudez nublada de alguns céus. 
E uma vontade bonita, toda minha, de crescer.”(Armadilhas – Ana Jácomo)

Teus olhos nos meus



 "Um encontro de dois: 
olhos nos olhos, face a face. 
 E quando estiveres perto, 
arrancar-te-ei os olhos 
e colocá-los-ei no lugar dos meus; 
E arrancarei meus olhos 
para colocá-los no lugar dos teus; 
 Então 
ver-te-ei com os teus olhos 
e tu ver-me-ás com os meus." 
 (J.L.Moreno)

Imagem: google

Grito sem voz