"Há um momento em que é preciso abandonar as roupas usadas que já têm a forma do nosso corpo e esquecer os caminhos antigos que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia - e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." (PESSOA, Fernando)

"Procuro despir-me do que aprendi. Procuro esquecer do modo de lembrar que me ensinaram. E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos. Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras. Desembrulhar-me e ser eu." (PESSOA, Fernando)

28 de out. de 2010

O que faz você feliz? (Selo)


Nossa parecia tão fácil responder esta questão... mas na prática, não é tão simples assim.
Aprendi nesta minha caminhada de “des-cobrimento” que a felicidade é resultante da minha percepção sobre as situações. Houve um tempo em que esperava que os outros me fizessem feliz, então as frustrações eram constantes, pois somos pessoas diferentes e com anseios próprios e subjetivos. Passei a buscar a felicidade dentro de mim unicamente, ah, também é complicado. Hoje penso que a felicidade depende sim, da minha  construção, minha subjetividade, meus anseios e perspectivas; mas também sofre influência de todo o meu entorno positiva ou negativamente. A maneira como eu encaro as situações,  dificuldades ou desafios, terão reflexo direto no sentimento de felicidade ou tristeza. E sentimento, não é algo estático que possa ser guardado em um armário como troféu; felicidade é momentâneo, e por isto deve ser vivenciado em sua totalidade.

Agora ao desafio do selo. Recebi este selo da amiga Irlene, e respondendo ao desafio em seguida indico-o para alguns amigos da blogosfera, aí vai:
O que me faz feliz?
Bem, desta maneira posso dizer que sentir minha família unida e meus filhos alçando vôo, me fazem feliz. Senti-los em plena adolescência descobrindo seus próprios sonhos é maravilhoso.
Apreciar a natureza do raiar ao adormecer de cada dia, em suas nuances de cores e formas, para mim é revigorante, diria então que me faz feliz.
Estar com amigos, rindo a toa, jogando conversa fora sem planos nem formalidade... ah, não tem preço
Família reunida nas férias, numa bagunça geral, pratos, colchão, areia da praia.... ai que saudades...
Fazer o que gosto, sem imposição. Quando posso externar e explorar todas as possibilidades e mergulhar a fundo em uma atividade, deixa-me realizada.
E por último, e diria mais importante: Sentir-me amada!

Valeu amiga Irlene, que  O SOM DO CORAÇÃO me proporcionou este momento de reflexão.
Instigo agora a reflexão aos amigos que virtualmente tive o prazer de conhecer nesta blogosfera. O que faz você feliz?
Uma mulher com coração de menina que viu seu sonho virar realidade na publicação de seu livro “Cabra Cega”, Sheila querida do Cantinho She. O que te faz feliz??
O que faz um menino poeta que brinca com as letras e das palavras faz sua sinfonia  num Calice sem fim de sentimentos e felicidade de  Baerdal?
O Passar dos Dias de Renata, repleto de emoções afloradas na pele, ciclicamente vivendo intensamente cada momento,  tem guardado onde a fonte da felicidade?
Nesta vida com passagem só de ida. Há quem Viaje na janela e aprecia tantas imagens, quantas histórias. Amiga Elenir, estou curiosa pra saber o que te faz feliz?
Ana querida qual o significado e os Significantes da felicidade para uma bela jovem de palavras profundas??

E você  que agora me lê:  O que te faz feliz?? Já pensou sobre isto???

25 de out. de 2010

Amanheceu


O sol nasceu radiante
e transgrediu o fechar das persianas
rompeu-as como quem diz: Acorda!

Os pássaros cantam a sinfonia da vida
enamorando sem hora

Ao longe
as colinas verdes mostram
cicatrizes de outrora,
sendo pouco a pouco recomposta

E assim a vida segue
seu rumo
sua prosa

E cá estou
já sem demora
Absorvendo
Respirando
Vivendo
(MariAne)
Google imagem

Recebi um selinho de uma amiga muito especial, e por ser assim especial, irei degustá-lo pacientemente, postando aqui, logo que minha casa esteja em ordem novamente, pois o presente merece um tratamento digno da pessoa que me presenteou... aguarde IT.

16 de out. de 2010

O Rio e o Oceano

Diz-se que,
mesmo antes de um rio cair no oceano ele treme de medo.
Olha para trás, para toda a jornada, os cumes, as montanhas,
o longo caminho sinuoso através das florestas,
através dos povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar
nele nada mais é do que desaparecer para sempre.
Mas não há outra maneira.
O rio não pode voltar.
Ninguém pode voltar.
Voltar é impossível na existência.
Você pode apenas ir em frente.
O rio precisa se arriscar e entrar no oceano.
E somente quando ele entra no oceano
é que o medo desaparece.
Porque apenas então o rio saberá que não se trata de
desaparecer no oceano, mas tornar-se oceano.
Por um lado é desaparecimento
e por outro lado é renascimento.
Assim somos nós.
Só podemos ir em frente e arriscar.
Coragem !!
Avance firme e torne-se Oceano!!!
(Osho)

A imagem do desembocar do rio Itapocu no mar é ainda mais linda quando vista de perto, tanto pela praia de Barra Velha, como pela praia de Barra do Sul, a emoção é contagiante! Incansável e inesgotável os sentimentos que lá emanam... (imagem disponível em google imagens)

13 de out. de 2010

Olhar para dentro


Havia um tempo,
Tempo que retorna em outras formas
Num novo alvorecer a esconder-se por colinas desajeitadas.
Haverá sempre novos começos, para outros romper
E assim a vida segue.
Derrubando aqueles que ainda têm força para levantar-se
Erguendo os que querem ao chão ficar estirados.
Das promessas, tantas não cumpridas,
Levadas ao vento para a boca dos apaixonados
Restam as saudades, lembranças bem guardadas
De um passado amassado jogado pela janela.
O vazio toma conta, como sempre lhe foi de praxe.
Somente assim, permite olhar pra dentro
Enquanto o mundo gira ao redor
E de dentro olhar pra fora
Sendo dono do próprio passo
Marca descompassada de papéis, canetas e saltos
(MariAne)
Imagem google

8 de out. de 2010

Dilacerado

Vi no espelho, reflexo do que tão bem eu sabia esconder
agora, se fazendo exposto aos meus olhos.
Já não via as rachaduras, nem deformidades que lhe eram características da idade.
Eram minhas culpas, medos, máscaras de sorriso imaginário, prisão cerrada por minhas próprias chaves.
O espelho apenas refletia aquilo que eu me negava a ver,
e na recusa de uma vida enclausurada
quebrei-o
num rompante momento de vitória sobre minha própria morte.

... com toda força o quebrei, mas ao juntar seus pedaços espalhados ao chão, resvalo meus dedos sobre sua afiada fala. Corta-me, espelho, e deixo meu sangue escorrer entre os dedos, pingando ao meu lado.
Cá estou parada, fixando o reflexo do que era,
 mesclado com o que sou.
Num aperto que se faz presente em mim,
não resisto a fuga novamente para dentro de ti espelho,
enevoado, quebrado...

Hoje, estou assim. Quebrada, machucada e sem forma.

E nesta "dis forma" me reformo, não para ficar enclausurada, mas para lançar-me para fora deste espelho.

Apenas na dor é possível alcançar a mudança, sair da zona de conforto que outrora era suportavel.
(MariAne)


Este texo faz parte do meu acevo, algo que escrevi no meu processo terapêutico, uma fase de revisão, relendo-o agora, percebo que ainda carrega muito sentimento. A escrita eclodiu após uma leitura que fiz, e assim formou-se texto.
Quando escrevo, nem tudo compreendo.  Não o faço pela razão, assim algumas palavras me escapam pelas vias do inconsciente, e somente mais tarde é que delas tomo conhecimento. Desta lida, o que escrevi mesmo no passado, ainda para mim é desafio a ser revelado, relfetido como a imagem do espelho!

6 de out. de 2010

... e pede passagem


Assim como é impossível conter a água sobre os dedos,

A vida se esvai

Pedindo pra ser vivida

Pois não pode ser retida, nem guardada

Apenas neste momento,

pede passagem só de ida

e vai

(MariAne)

Google Imagem

4 de out. de 2010

Você é feliz?


Durante um seminário para casais, perguntaram a uma das esposas:

- Seu marido lhe faz feliz? Ele lhe faz feliz de verdade?
Neste momento, o marido levantou seu pescoço, demonstrando total segurança.
Ele sabia que a sua esposa diria que sim, pois ela jamais havia reclamado de algo durante o casamento. Todavia, sua esposa respondeu a pergunta com um sonoro 'NÃO', daqueles bem redondos!
- Não, o meu marido não me faz feliz! (Neste momento o marido já procurava a porta de saída mais próxima). Meu marido nunca me fez feliz e não me faz feliz! Eu sou feliz.
E continuou:
"O fato de eu ser feliz ou não, não depende dele; e sim de mim. Eu sou a única pessoa da qual depende a minha felicidade."
Eu determino ser feliz em cada situação e em cada momento da minha vida, pois se a minha felicidade dependesse de alguma pessoa, coisa ou circunstância sobre a face da Terra, eu estaria com sérios problemas.

... o texto completo aqui
Google imagens

Indico leitura do blog: Viaje na janela