"Há um momento em que é preciso abandonar as roupas usadas que já têm a forma do nosso corpo e esquecer os caminhos antigos que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia - e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." (PESSOA, Fernando)

"Procuro despir-me do que aprendi. Procuro esquecer do modo de lembrar que me ensinaram. E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos. Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras. Desembrulhar-me e ser eu." (PESSOA, Fernando)

7 de mai. de 2012

Contornos


Contorno-me em tronos
Redondos
Redomas de vidro não domam
Retoma de mim sem sono
Componho
Retalho por dentro
Silencio
Vergões
Contornam limites
Imponho
Sobrancelhas
(sobram celas)
Rio solto
Serio será o rio Rico
Persevero
Nos entornos que faço de mim
Traços sem fim
Crista onda
Beija o mar sua areia
Sereia
Vigia, sonda...
Escala derradeira
Fogueira
Luz e sombra
Proseia...
(MariAne 05.2012)

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