"Há um momento em que é preciso abandonar as roupas usadas que já têm a forma do nosso corpo e esquecer os caminhos antigos que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia - e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." (PESSOA, Fernando)

"Procuro despir-me do que aprendi. Procuro esquecer do modo de lembrar que me ensinaram. E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos. Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras. Desembrulhar-me e ser eu." (PESSOA, Fernando)

12 de abr. de 2013

Folga

"Programou o relógio com folga no horário
Separou uma roupa condizente ao momento
Revisou cada palavra em sua mente
Contou a pulsação numa inútil busca de controlá-la
Repetiu o ritual diversas vezes
Sabia que não seria como da primeira vez
Águas rolaram em faces por dois invernos
Relógio, roupa, palavras, pulsação
Medo e desejo
É bem provável que nem apareça
Não passa de uma esperança trancada
Pulsação, palavras, roupa, relógio
Desnuda do tempo
Assopra o vento
Anseia o momento"

(MariAne) 
 

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