O tinteiro é imóvel, inanimado. Obediente, pois fica onde lhe colocam, faz o serviço que lhe é projetado. Guarda a tinta para que os outros escrevam, e fica quieto, submisso. Quando está vazio, é simplesmente trocado ou abastecido. Mas nunca lhe pedem de que cor ele quer ser preenchido naquele momento... Abrem-lhe a tampa, e a tinta lhe é derramada até o topo, a garganta. Sufocante. (10.09)
Hoje sou a tinta do tinteiro, que faz toda a diferença na cor que tracejam estas linhas!
"Há um momento em que é preciso abandonar as roupas usadas que já têm a forma do nosso corpo e esquecer os caminhos antigos que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia - e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." (PESSOA, Fernando)
"Procuro despir-me do que aprendi. Procuro esquecer do modo de lembrar que me ensinaram. E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos. Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras. Desembrulhar-me e ser eu." (PESSOA, Fernando)
"Procuro despir-me do que aprendi. Procuro esquecer do modo de lembrar que me ensinaram. E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos. Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras. Desembrulhar-me e ser eu." (PESSOA, Fernando)
2 comentários:
Sem tinta, o pensar não chegaria ao papel...
Fico feliz pelo teu blog, Mariane.
Beijo meu.
Olá Renata, fico feliz com tua visita!
Agradeço a acolhida que sempre fizeste no teu cantinho, e agora recebo-te aqui com muita alegria.
Timidamente, e com pequenos borrões inicio o timbrar do meu pensar.
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